Neste momento que precede os exames de graduação, quero mais uma vez, como sempre tenho feito,reforçar alguns princípios.
O objetivo dos exames não deve ser apenas, o de aferir o conhecimento ou a proficiência de cada um. A participação em um exame deve ser encarada, tambem, como um Keiko, um treinamento, pois um exame, não é um fim em si, ele faz parte de um processo de vir a ser, um processo que envolve um esforço de superação onde buscamos, em nosso íntimo, forças para superarmos a inércia em que naturalmente nos colocamos com o passar do tempo, digo naturalmente, porque está e uma tendência de todo o ser ser vivo, se não tivermos um estímulo qualquer, seja ele de origem mental ou fisiológica, tenderemos sempre para a inércia, para a acomodação, para a zona de conforto. Por esta razão, não devemos fugir de exames, de provas ou de dificuldades. Somente as dificuldades, os desafios, e as situações que se contrapõe a nossa tendência à uma “pseudo “Paz””, podem nos levar a um crescimento. Para reforçar está idéia podemos buscar um exemplo na fisiologia do desenvolvimento físico, dos ossos e dos músculos, pois estes só se desenvolvem quando encontram algum tipo de obstáculo ou resistência, haja visto o que ocorre com estes na ausência prolongada da força da gravidade, como já foi constatado das viagens espaciais, o que resulta em um processo de degeneração que acontece com os músculos e ossos dos astronautas, quando estes ficam algum tempo em um ambiente de gravidade zero, onde o corpo não encontra resistência, não precisando “lutar”, não precisa “fazer força”, nem contra a força da gravidade, causando com isto uma grande atrofia muscular e perda de substancia óssea.
Recentemente o meu amigo Bismarck, me lembrou um viés que gostávamos de passar aos alunos, lá bem no início do Aikido no Rio grande do Sul, através de uma frase que eu proferia quando os alunos reclamavam quando lhes propunha um exercício, um movimento mais difícil, ou lhes oferecia alguma outra dificuldade; a frase era: Se podemos complicar, por que facilitar? Isto me faz lembrar uma história de Nasrudin o lendario personagem dos contos Sufi.
“Estava Nasrudin, à noite embaixo da luz de um poste procurando alguma coisa, quando um passante que já estava a algum tempo observando, perguntou.
Ho Nasrudin, o que você esta procurando?
Nasrudin respondeu. -Procuro uma moeda que perdi.
Ao que o Transeunte remendou. Mas você tem certeza que perdeu aqui? Pois já faz horas que estas procurando.
Então Nasrudin respondeu. Não, não foi aqui, eu perdi lá, perto daquelas arvores.
Mas então porque não procuras lá.
Ao que Nasrudin respondeu É que lá, esta muito escuro, aqui tem Luz.”